Excertos da crítica de Manuel Pedro Ferreira no Público de 4 de Junho: "O GVO, dirigido por Armando Possante, é sem dúvida o melhor agrupamento vocal de câmara em Portugal, e, sob vários critérios, um dos mais sólidos intérpretes de música renascentista e contemporânea para vozes solistas do espaço europeu, como aliás é comprovado pelos vário prémios recebidos no estrangeiro desde a sua fundação em 1988. O raro profissionalismo e a continuidade da sua dedicação à música teriam, fosse outro o contexto, o correspondente reflexo na discografia; infelizmente, a exiguidade do mercado, a tibieza da iniciativa privada e a fragilidade dos programas culturais do Estado no domínio da música fazem com que a produção de um disco seu seja uma sofrida aventura, e a correspondente edição, uma solitária pedrada no charco. Só assim se compreende que este seja apenas o segundo CD (sic) em que se pode apreciar o repertório dos Olisipo. E que repertório! (...) Duas obras-primas (...) São peças relativamente severas (...) de uma fluência e espiritualidade notáveis. A interpretação é ideal na sua limpeza e equilíbrio; os encontros harmónicos caracterizam-se, salvo raríssimas excepções, por uma fusão perfeita, e (...) isso não afecta minimamente a fruição da música. A qualidade das peças e dos intérpretes faz-nos esquecer a minutagem algo curta."
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